O socialismo que queremos

Socialismo de pé no chão. E mais do que isso: que por nossas bocas passem os frutos que brotam desse chão.


Socialismo de fábrica sem patrão, privado ou estatal. E mais do que isso: menor jornada de trabalho e maior tempo de lazer. Onde o humano não seja mero apêndice da máquina.

Socialismo de bens materiais, mas também espirituais de nosso povo. E mais do que isso: que possamos dialogar com nossos filhos sobre um conto qualquer de um Machado de Assis, não porque valha nota escolar, mas por valer toda uma vida que dinheiro algum poderá comprar.

Socialismo que possa ter momentos tristes. E mais do que isso: que
possa lamentar seu passado seqüestrado, sem a polenta mineira das veredas desses nossos sertões guimarães. Que possa lamentar não ter aprendido coisas simples dos mais velhos, sem os transgênicos nos campos, sem os fast-foods nas cidades.

Socialismo sem fronteiras. E mais do que isso: que nossa terra seja um lugar de comer e beber, dormir e sonhar, mas, principalmente, que nossa terra seja para abrigar o outro, o distante. Que nossa terra nos ensine a ver cada fronteira como meramente um acordo humano, portanto, passível de ser desfeito.

Porém, tudo isso somente será verdade se desde já adotarmos alguns princípios, entre eles o de não outorgar a ninguém o exercício deste socialismo transformador/criador. E, sabedores de que a fera do cifrão anda à solta por aí, e ter a clareza de que será preciso abatê-la com nossa velha e boa pata esquerda da violência revolucionária.

Editorial publicado no Aroeira nº 06, de outubro de 2010.

2 comentários:

  1. Gostei muito do blog.
    Porque pararam?

    Abraços socialistas

    ResponderExcluir
  2. Valeu camarada. Reformulamos este blog há pouco tempo. É o espaço que usamos para publicar os materiais que produzimos. Continuamos tocando nossas atividades: Grupo de estudos do Capital, Saraus, Cinema dos povos etc. E continuamos participando dos movimentos populares e sociais.

    forte abraço

    ResponderExcluir